quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Plantas Aquáticas

Banana-d’água – Typhonodorum lindleyanum

 Typhonodorum lindleyanum,
Foto: Scott Zona

 

A banana-d’água é uma planta arbustiva, perene, aquática, de textura herbácea, que chega a atingir 4 metros de altura. O caule aparente da planta é na verdade um falso-caule, formado pelos pecíolos da folhas. O rizoma submerso e horizontal é o caule verdadeiro. As folhas são grandes, sagitado-cordiformes, coriáceas, com margens inteiras e dispostas em roseta. Com o tempo elas amarelecem e pendem, ficando ao longo do pseudocaule, à semelhança de palmeiras. Suas inflorescências são pedunculadas, do tipo espádice, com espata grande na cor branco-creme e espádice amarela, com as flores masculinas na porção superior e as femininas na inferior. Elas exalam aroma desagradável que atraem besouros, seus polinizadores. Os frutos são pequenas bagas amarelas e contêm uma semente cada.

Esta planta aquática apresenta grandes dimensões e um aspecto impressionante e escultural. Desta forma ela se torna um elemento imponente no paisagismo tropical, seja plantada isolada ou em pequenos grupos, ao longo de espelhos-d’água, riachos calmos ou nas margens de lagos e tanques. Seu porte avantajado limita sua utilização em áreas pequenas, como em laguinhos, onde facilmente ficará desproporcional. Cuidado: Todas as partes desta planta são tóxicas e podem causar irritação na pele e mucosas. As sementes são comestíveis depois de torradas e são apreciadas pelos nativos de Madagascar.

Deve ser cultivada sob sol pleno em terreno permanentemente molhado, enriquecido com matéria orgânica, ficando a planta com o rizoma submerso. A banana-d’água não é tolerante ao frio intenso ou geadas. Multiplica-se por divisão do rizoma e por sementes postas a germinar na água ou lodo. Ao colher as sementes e cortar os rizomas se deve utilizar luvas, protegendo as mãos da seiva e da mucilagem irritante dos frutos. As mudinhas devem ser manejadas e transplantadas no lodo do tanque.

polinização a flor volta para dentro do lago, para a formação do fruto, do tipo baga, que amadurece em 6 semanas. As sementes produzidas são comestíveis e envoltas por uma espécie de esponja que permite sua flutuação.

 

Salgueiro-chorão

 Salix x pendulina,

Foto: Raquel Patro

Os salgueiros-chorões atuais mais difundidos como árvores ornamentais são resultantes da hibridização entre a cultivar Salix babylonica ‘Pendula’ com S. alba, originando S. x sepulcralis, e com S. fragilis , originando S. x pendulina. Sendo que S. x sepulcralis é um híbrido mais indicado para terrenos secos, enquanto que S. x pendulina é mais apropriado para terrenos úmidos.

De porte médio, sua altura máxima varia de 10 a 25 metros. O caule é elegante, podendo ser tortuoso, com madeira frágil e casca parda-escura que racha com o passar dos anos. A copa arredondada é formada pelo conjunto de ramos longos e flexíveis, que chegam a tocar o solo. As folhas são simples, caducas, dispostas em espiral, lanceoladas, acuminadas, com margens serrilhadas e pêlos na página inferior. As folhas apresentam cor verde a verde amarelada na página superior e glauca na inferior, dependendo da cultivar. As flores surgem na primavera, elas são pequenas, esverdeadas, reunidas em inflorescênsias do tipo amentilho. Planta dióica (com sexos separados). O fruto é do tipo cápsula.

O salgueiro-chorão é uma árvore de cultivo milenar e grande impacto por sua folhagem pendente e muito diferente de outras espécies. Geralmente é plantada isolada, como ponto focal e remete a um certo misticismo, melancolia e contemplação. Os longos ramos balançam graciosamente com o vento, como uma cabeleira. Ela é procurada para plantio junto a lagos e rios, onde suas folhas podem tocar suavemente a superfície da água e até seu reflexo é ornamental. No entanto, não é um espécie apropriada para plantio próximo a tubulações de água, esgoto, tanques ou piscinas, pois suas raízes invasivas podem danificar a estrutura dos mesmos. Seu crescimento é rápido, mas infelizmente não é uma árvore muito longeva.

Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica, úmido a bem drenável e irrigado regularmente no primeiro ano após o plantio. O salgueiro-chorão vai bem tanto em solos secos, tolerando curtos períodos de estiagem, como em solos muito úmidos, inclusive ajudando a absorver o excesso de água. Não tolera ventos fortes e sofre com geadas. Multiplica-se por estaquia e alporquia.

 

Vitória-régia

A vitória-régia é uma planta aquática gigante e rizomatosa, nativa da Amazônia. Suas folhas são circulares, enormes, podendo alcançar 2,5 metros de diâmetro, e flutuantes, com bordos elevados em até 10 cm, que revelam a página inferior espinhenta e avermelhada. Esta face inferior apresenta uma rede de grossas nervuras e compartimentos de ar responsáveis pela flutuação da folha. A superfície da folha ainda apresenta uma intrincada rede de canais para o escoamento da água, o que também auxilia na sua capacidade de flutuar, até mesmo sob chuvas fortes.

Longos, espinhentos e flexíveis pecíolos ligam as folhas ao grande rizoma da planta que permanece submerso e enterrado no fundo do lago ou rio. As flores são lindas, grandes e perfumadas e surgem no verão, durando apenas 48 horas. No primeiro dia da floração elas se mostram brancas e no segundo dia, o da polinização, elas se tornam róseas. O besouro responsável pela polinização da Vitória-régia entra na flor no primeiro dia, após o desabrochar, que ocorre no final da tarde, e acaba prisioneiro até o dia seguinte, pois a flor se fecha durante a noite. Após a polinização a flor volta para dentro do lago, para a formação do fruto, do tipo baga, que amadurece em 6 semanas. As sementes produzidas são comestíveis e envoltas por uma espécie de esponja que permite sua flutuação.

O rizoma da planta é rico em amido e sais minerais, e é utilizado como alimento pelo índios. A cada ano de idade da planta ele aumenta suas reservas e com isto a planta cresce. A vitória-régia é uma planta de cultivo delicado, visto que só vegeta sob o calor equatorial e tropical, não tolerando o frio. Em países de clima frio ela só pode ser cultivada em estufas com água e ambientes aquecidos.

Planta exclusivamente aquática, deve ser cultivada sob sol pleno, em lagos ou tanques com mais de 90 cm de profundidade, com água em temperatura de 29 a 32ºC. Não tolera temperaturas abaixo de 15ºC. Não é muito exigente em fertilidade e manutenção, sendo que o replantio anual e adubações leves são suficientes para o seu pleno desenvolvimento. Multiplica-se por sementes e divisão do rizoma. Atualmente há variedades e híbridos com V. cruziana que são um pouco mais adaptados ao frio e de menor porte, para lagos menores.


 






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